sexta-feira, 7 de agosto de 2009

População cumpre o seu papel nas audiências públicas: atuar como massa de manobra

Nas negociatas das lideranças políticas o povo tem um papel fundamental. Essa função tão importante é cumprida à risca por aqueles laranjalenses que se deslocam de seus lares para ouvir os inflamados discursos dos verdadeiros defensores da região do Vale do Jari. Sem a participação dos cidadãos os eventos políticos perderiam o caráter democrático. É por isso que os políticos e demais lideranças insistem tanto na participação popular, porque desta forma fica configurada que os cidadãos tiveram direito de fazer suas reivindicações. Mal sabem eles que estão apenas cumprindo uma intenção velada dos seus líderes que é apenas quantifica-los e fazer alardes através da mídia local.

Oficialmente, as audiências públicas são realizadas para discutir os problemas que envolvem os municípios da região do Vale do Jari. Dentre os problemas podemos citar as questões fundiárias, energia elétrica, precariedade das estradas, saúde, educação, desemprego, segurança pública e tantos outros.

As intenções dos interessados pareciam legítimas, entretanto, o que se percebe é que esse tipo de evento conceituado pelos seus autores como um ato democrático transformara-se num verdadeiro palanque político com direito a lançamento de pré-candidaturas que talvez causem espanto até mesmo nas partes interessadas. Os participantes da sessão itinerante da Assembléia Legislativa do Amapá em Laranjal do Jari devem lembrar os fatos ocorridos naquela noite de dissimulações.

Outro dia um radialista de Laranjal do Jari declarou que as audiências públicas realizadas na região do Jari não servem de absolutamente nada. Dado o interesse dos seus correligionários políticos, é provável que o comunicador tenha mudado de opinião. Outro fato interessante é o comportamento dissimulado dos nossos políticos, pois mesmo se utilizando do evento para promover a depreciação de alguns adversários ali presentes, todos se tratam de forma altamente cordial e gentílica.

Diferentemente do que pensa a maioria dos pobres e oprimidos, a falsidade é uma virtude para aqueles que almejam atingir o ápice do poder. É muito provável que os mandatários tenham reforçado essa prática com os ensinamentos de Nicolau Maquiavel em O Príncipe.

*IVAN LOPES é professor, pedagogo, acadêmico de Letras e membro da Academia Laranjalense de Letras. (E-mail: f.lopes.vj@bol.com.br -

site: www.recantodasletras.com.br/autores/ivanlopes)

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